22.11.09

Assessor de João Durval tem empresa “sem fachada”

Sem fachada porque no endereço informado na nota fiscal não existe empresa nenhuma. Mesmo assim, a SC Comunicações e Eventos, do jornalista Umberto de Campos Goularte, assessor do senador João Durval (PDT-BA), foi a que mais prestou serviços de “consultoria”, emitindo notas com as quais 20 deputados justificaram despesas de suas verbas indenizatórias.

Leia abaixo o que foi publicado hoje, como manchete da Folha de São Paulo (o período analisado compreende apenas os últimos quatro meses de 2008):

Líder em volume de recursos no quesito "consultoria", com R$ 115 mil, a SC Comunicações e Eventos, que emitiu notas para dez deputados e ex-deputados, também não é conhecida em seu endereço oficial, uma casa simples em Luziânia (GO).

"Nunca funcionou nenhuma empresa ali, isso eu posso garantir", afirmou o caminhoneiro Giovani Braz de Queiroz, dono do imóvel há 12 anos.
Proprietário da SC, o jornalista Umberto de Campos Goularte, assessor do senador João Durval (PDT-BA), diz que o endereço inexistente se deve a um erro de seu contador e que ele prestou serviços de assessoria de imprensa, atividade para a qual os deputados já têm verbas específicas – R$ 60 mil ao mês.

Goularte disse ainda que a SC fica em Luziânia porque é lá que vive o seu contador e que a empresa cumpre "todas as suas obrigações". Segundo a prefeitura da cidade, porém, a empresa não recolhe ISS (Imposto Sobre Serviços) desde 2007.

Dois dos deputados que entregaram notas da SC contaram versão distinta, afirmando que a assessoria ou era jurídica ou produzia pareceres políticos.

Outra empresa, a Seven Promoções, emitiu em três meses notas de numeração 1, 2 e 3 a Zezéu Ribeiro (PT-BA), indício de que "trabalhava" exclusivamente para o deputado. Apesar de ter sido aberta em 1999, a firma só emitiu as primeiras notas em 2008. No endereço citado, em Brasília, funciona uma corretora de planos de saúde.

Os deputados baianos Severiano Alves (PMDB) e Uldurico Pinto (PHS) entregaram uma série de notas da Valente & Bueno Assessoria Empresarial, que informou à Receita funcionar num apartamento na Asa Sul de Brasília. O dono do imóvel nunca ouviu falar da firma.

No período analisado, a Valente & Bueno teria recebido R$ 56 mil dos dois deputados, mas, segundo eles, os pagamentos remontam a 2006, o que elevaria o valor a pelo menos R$ 350 mil se o padrão de pagamentos for constante. Severiano e Uldurico disseram que os serviços foram prestados, mas não souberam detalhá-los.

Severiano falou que a assessoria era "consultoria de mídia, principalmente" e que interrompeu os trabalhos em abril porque a Câmara teria proibido a contratação de consultorias, o que não é verdade. Uldurico disse não se lembrar exatamente o que solicitou – foram "trabalhos jurídicos, específicos".

Assinantes da Folha ou do UOL podem ler as matérias neste link: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc2211200902.htm

Posted via email from Glauco Wanderley

Um comentário:

  1. Anônimo22/11/09

    Parabéns Glauco pela sua postura em não esconder os fatos, será que Angelo Almeida vai defender o senador na Câmara?

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