12.11.09

O Sincol não é mais o mesmo. O transporte é

Numa prova de que o problema do transporte em Feira de Santana vai muito além de uma supostamente famigerada associação de empresas dedicadas a extorquir o usuário e prestar péssimo serviço, nota-se um progressivo enfraquecimento do Sincol. O serviço, entretanto, continua o mesmo. Mesmo que se diga que a perda de prestígio não é tanta, que há encenação pelo meio das derrotas do Sincol, é inegável que hoje há muito mais oposição contra as empresas.

Prega-se agora com freqüência pelo rádio o rompimento do contrato e o ingresso de novos operadores no setor. Porém simplesmente trocar de empresa não resolverá o problema. Trocas de empresa, de verdade ou de fachada, já houve muitas ao longo dos últimos anos. O serviço não melhorou.

Em muitos anos, o SIT (Sistema Integrado de Transportes) foi a única tentativa um pouco mais ousada de melhorar. Muito pouco, diante do caos que é o serviço.

A cidade cresceu muito economicamente na atual década. E espalhou-se ainda mais, com a abertura de novos condomínios.

A população apelou para o improviso do motoboy, um serviço hoje parte clandestino, parte legalizado, mas que de um modo ou de outro jamais pode ser considerado solução para transporte coletivo nem em uma cidade de 100 mil habitantes, muito menos em uma de 600 mil.

Outra medida adotada pelas pessoas foi comprar motos, veículo cujas vendas explodiram, tornando Feira de Santana uma das cidades com maior índice de venda de motos do Brasil, de acordo com recente levantamento publicado em reportagem da revista Veja.

Entretanto evidentemente há uma enorme quantidade de pessoas que por diversos motivos jamais vai andar de motoboy ou moto própria e o transporte individual nunca será alternativa ao coletivo.

Já passou da hora de Feira de Santana elaborar um projeto para o presente e para o futuro de transporte coletivo, que inclua até mesmo planos mais ambiciosos como metrô de superfície. Com linhas de ônibus planejadas. Com horários que atendam de modo decente a necessidade das pessoas e não das empresas.

Para tanto, é preciso coragem. O atual governo terá este componente que faltou aos anteriores?

Posted via email from Glauco Wanderley

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