9.11.09

Prefeitura fará campanha contra o fumo e restaurantes querem fumódromos

José Roberto Coutinho (ou Zequinha) conversa com o autor da lei,
Frei Cal (foto Reginaldo Pereira) 

Desde o final de outubro entrou em vigor a lei que proíbe o fumo em locais públicos em Feira de Santana. A fiscalização, no entanto, ainda não começou e o governo municipal vai optar por uma campanha de esclarecimento, antes da aplicação das penalidades previstas na lei. Será feita uma campanha publicitária na mídia e panfletagem direcionada aos fumantes.

Os espaços permitidos para os fumantes ficarão bastante limitados. O cigarro (e qualquer outro produto semelhante, como charuto ou cachimbo) está vetado não apenas em ambientes fechados. Um bar ou restaurante com cadeiras na calçada também precisa obedecer as restrições, que valem também para áreas comuns de condomínios, casas de espetáculos, teatros, cinemas, praças de alimentação, hotéis, pousadas, transporte coletivo e mesmo no comércio, como supermercados, farmácias e drogarias ou bancos.

Entre todos, a proibição de fumar preocupa sobretudo os donos e freqüentadores de restaurantes. O Sindicato do setor reclama da lei não ter previsto a criação de um espaço interno exclusivo para as pessoas que prefiram fumar enquanto estão na mesa. Como o hábito é arraigado para muitos, o presidente do sindicato, Getúlio Andrade, teme que os estabelecimentos possam perder clientes, que vão preferir fumar em casa do que deixar de usufruir o prazer. O sindicato avalia a possibilidade de questionar a lei na justiça.

“Acho que devia valer somente para ambientes fechados. Em bar aberto não. A lei é muito severa”, concorda o tarólogo Roberto Carvalho, que fuma há 18 anos, consome uma carteira de cigarro por dia e acha que a vontade de fumar aumenta quando está bebendo cerveja.

Outra preocupação é com a obrigação do proprietário advertir o fumante e até convocar força policial se necessário para retirar o que se recusa a obedecer a proibição.

“Isso é complicado, porque muita gente não entende”, avalia José Roberto Coutinho, fumante há 30 anos e dono de um movimentado bar na Getúlio Vargas, a principal avenida da cidade. Ele observa que muitos frequentadores fumam enquanto comem, bebem e conversam. Ele também acredita que o ambiente descontraído estimula a vontade de fumar.

O autor da lei, vereador Frei Cal (PMDB), avalia que a fiscalização, a cargo da Vigilância Sanitária, não vai dar conta de vigiar toda a cidade e aposta que a conscientização é o melhor caminho. “Com os avisos que serão colocados alertando para a proibição as pessoas vão assimilar e isso facilita para os donos chamarem a atenção dos clientes”, acredita.

O vereador identifica que já existe na sociedade uma disposição contrária ao fumo e conta que recebeu parabéns até de fumantes pela iniciativa da lei, que pode ajudar alguns a largar o vício. Ao mesmo tempo reconhece que o cigarro ainda prejudica muito a saúde pública. “Existe na cidade um único ponto de atendimento público para pessoas que querem deixar de fumar. E não dá conta da demanda”, atesta.

 

Posted via email from Glauco Wanderley

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