6.3.06

Ele voltará

Severino foi. Podia não voltar, se os comparsas, digo, colegas, não tivessem adiado a abertura de processo contra ele. Mas como deixaram essa brecha pra ele voltar, não perdeu os direitos políticos e volta sem falta. Só não volta se não quiser.

Como eu sei? Ora, todos voltam. “O povo de Pernambuco não me faltará”, disse ele. Aqui na Bahia já temos essa experiência. Até a frase de ACM foi a mesma, quando renunciou para não ser cassado pela fraude no painel eletrônico de votação no Senado. Voltou e se multiplicou, fabricando o Neto, na eleição seguinte. Outro renuncista que se foi junto com ACM foi Jader Barbalho. Voltou também.

E enfim, com ou sem renúncia, eles voltam, porque o povo nunca lhes falta. Nunca falta povo para elegê-los, porque sabem reproduzi-lo em grande quantidade nestes bolsões de pobreza pelo Brasil afora, lugares onde cada mãe fabrica cinco, seis, sete filhos, prontos para elegerem estes Severinos em troca de um favorzinho qualquer, 10 reais ou a promessa de um emprego.

É um povo que não escreve nem lê e que não acha Severino “uma vergonha para o Brasil”, como diz o Gabeira. É um povo que não tem água pra beber, como é que vai ter discernimento para julgar Severino?

Até porque, segundo o próprio, não há provas. E olhaí a coincidência de frases novamente. “Não há provas” é o mesmo que diz o José Dirceu e outras encalacrados nesse lamaçal.

Desse jeito, acabam não punindo ninguém com exceção de Roberto Jefferson, e de tanta “falta de prova”, abrem caminho para outro retorno na eleição de 2006: o retorno do presidente Lula, aquele que governou o Brasil até meados de 2005.

Publicado na Tribuna Feirense em 23/09/05

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