Em Feira de Santana é comum a comparação da cidade com Campina Grande (PB), município que como o nosso também fica no interior e tem uma grande vitalidade econômica (embora a cidade paraibana tenha população bem menor: 376.132, estimados para julho de 2005, contra 527.625 de Feira no mesmo período, de acordo com o IBGE).
Os dois municípios são pólos de desenvolvimento situados fora das regiões metropolitanas das capitais e por isso são destacados no Nordeste pelo IBGE, em seu recém lançado estudo sobre o PIB dos municípios brasileiros:
“Na Região Nordeste, os cinco municípios que se destacaram no valor adicionado da indústria em relação ao País e que estão fora dos centros urbanos são: Canindé de São Francisco (Sergipe) (0,25%), Catu (Bahia) (0,16%), Ilheús (Bahia) (0,14%), Campina Grande (Paraíba) (0,14%) e Feira de Santana (Bahia) (0,11%)”.
Leia o que diz o Instituto no resumo das características econômicas de Feira e Campina e perceba que as semelhanças são realmente muitas:
FEIRA DE SANTANA
O Município de Feira de Santana é integrante do “Polígono das Secas”, sendo o segundo maior do estado em termos populacionais. Sua localização geoeconômica o coloca como um dos maiores entroncamentos rodoviários do interior do país, cortado por três rodovias federais e quatro rodovias estaduais, funcionando, desse modo, como fronteira com o Recôncavo Baiano e como entreposto que liga o Nordeste ao Centro-sul do País, o sertão à capital e aos tabuleiros do semi-árido da Bahia. Tal situação reflete na sua economia, tornando o setor de comércio (segundo maior do estado) o de maior importância econômica. Possui também um parque industrial de peso nos ramos da química, material elétrico e de transportes, alimentos, eletrodomésticos, calçados, vestuários e metalurgia.
CAMPINA GRANDE
Campina Grande (Paraíba), segundo maior município do estado, tornou-se um importante centro de comércio, serviços e alojamentos do estado. Neste ano (2003) o setor industrial apresentou um bom desempenho, principalmente nos seguintes gêneros: minerais não metálicos, produtos alimentares, químicos, vestuário, calçados e artefatos de couro. Além disto, tem duas grandes universidades, uma federal e uma estadual.
“E daí?”, dirá o leitor. E daí que apesar das semelhanças, estamos ficando para trás. A renda per capita em Feira não somente é menor como a defasagem aumentou em relação a Campina Grande nos últimos quatro anos. Veja no gráfico abaixo que a curva de crescimento da renda das duas cidades se distanciou de 2000 a 2003, último ano disponível para comparação.
Feira cresceu, mas Campina Grande cresceu mais. Parte da explicação certamente está no tipo de aposta que cada cidade vem fazendo para o futuro. Campina Grande, com seus centros universitários formando cérebros, aposta na indústria do conhecimento. Pode-se ver isso pela própria análise do IBGE, quando detalha mais um pouco que tipo de produção se destaca em cada cidade: “Em Campina Grande existem empresas produtoras de software voltadas para o mercado externo e em Feira de Santana existe um parque industrial de peso nos ramos da indústria de transformação”.
Parece que Campina Grande fez a opção certa ao apostar na tecnologia, que vem ajudando a desenvolver ou manter em crescimento países tão distintos quanto Irlanda, Coréia do Sul, Finlândia e Índia. Aqui mesmo na Bahia, Ilhéus consegue com o pólo de informática, tirar o pé do cacau, que ia de mal a pior, levando a cidade junto com o chocolate amargo.
Feira deve seguir o mesmo caminho? Não tenho base para julgar. A cidade (seus dirigentes) tem uma alternativa pensada ou está ao sabor do vento? Desconhecemos, mas seria bom saber.
Publicado na Tribuna Feirense em 02/12/05
7.3.06
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esses dados são tão antigos, hje feira de santana tem o dobro do PIB, maior renda per capta, região metropolitana mais populosa maior PIB nominal, campina grande mesmo com todas essas universidades e ''cérebros'' foi passada pra traz em menos de 10 anos e continua perdendo os indices de crescimento de feira são muito maiores que os de campina grande
ResponderExcluirFERIA DE SANTANA, A CAPITAL DO INTERIOR DO NORDESTE!
É glauco mais hoje em 2014 parece que as coisas se inverteram e o crescimento de Feira ultrapassou e muito Campina Grande, seria legal uma nova matéria atualizada
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