10.3.06

O papa feirense

Não sou e nunca fui católico, mas não custa explicar. João Paulo I (aquele que durou só uns 30 dias, dizem que assassinado por certa máfia infiltrada no Vaticano por ter idéias excessivamente cristãs para um papa), foi o primeiro a adotar o nome João Paulo (não foi à toa que se chamou Primeiro).
O segundo foi o Wojtila, este que ao contrário do primeiro, não era simpático, durou demais e morreu no ano passado - embora nos bastidores o Bento XVI, quando ainda era somente Ratzinger, já fosse considerado há anos como o poderoso chefão.
Sendo assim, nunca antes do SIT tinha existido um papa João Paulo XXIII. O nome João Paulo foi uma homenagem do Papa Sorriso (o João Paulo I), aos seus antecessores imediatos, Paulo VI e João XXIII.
O papa inventado em Feira está lá em uma das placas do Terminal Central, como mostra a foto abaixo.



ENEM

O Jânio Rego já registrou, mas como foi assunto de comentário aqui nesta coluna semana passada e citei especificamente a Direc também, reforço o elogio. Foi louvável a atitude da diretora da Direc, Lindinalva Cedraz, de admitir que eram baixas e preocupantes as notas dos alunos da rede pública no ENEM. Por si, este reconhecimento não resolve nada, mas admitir a doença é o primeiro passo da cura.
Lamento que o diretor do Colégio Modelo L.E.M. tenha demonstrado aqui no jornal tanta satisfação com a nota 47,67 dos alunos, mas digamos que seja uma questão de ponto de vista. Pelo menos também não nega que é preciso melhorar e muito.
Um dos motivos de um ensino tão fraco, a reportagem do Primeira Página, que Valdomiro Silva conduz na Rádio Povo, deixou claro nesta quinta-feira. Entrevistadas alunas de escolas estaduais, relataram como fato corriqueiro a falta de professores por meses, mesmo em disciplinas básicas como matemática e português. Quando sai algum, até chegar o substituto, perde-se pelo menos um bimestre, o que obviamente compromete todo o ano.

Música sob medida

Travou-se acirrado debate no rádio por conta da apreensão de CDs e DVDs piratas no Feiraguai. Como qualquer produto, as cópias ilegais vendem porque encontram comprador. E encontram comprador porque o original é caro demais.
Acontece que a solução já está aí no mundo há alguns anos, só falta se popularizar, coisa que ainda demora um pouco em país pobre como o nosso. É o MP3, que permitiu a troca de arquivos digitais e a compra de música na base da unidade.
Nos EUA, o processo alavancou as vendas de aparelhos tocadores de MP3 (principalmente o I-pod) de tal forma que a mania já se tornou grave ameaça à audiência das rádios. Afinal, cada um leva a sua própria seleção musical com centenas ou milhares de músicas no bolso, sem intervalo comercial e sem locutor tagarela. Eu mesmo dificilmente vou pra rua encarar o SIT sem o meu aparelhinho no ouvido (eu chamo de I-não-pod, devido à sua modesta configuração).
Muito antes de existir o MP3 ou mesmo o CD (que na minha opinião hoje em dia é uma coisa mais ultrapassada do que LP), o consumidor de música sempre se sentiu lesado ao ter que pagar por um disco inteiro quando na verdade queria ouvir apenas uma ou duas músicas. Até porque a maioria das músicas que fazem sucesso são descartáveis.
Com a música vendida na base da unidade, você compra só o que quer, pagando pouco. Esta semana mesmo descobri que uma rede de eletrodomésticos de Manaus vende assim pela internet, cobrando 0,99 centavos ou R$ 1,99 por música. Assim como já o fazem diversas gravadoras. E agora surge uma outra idéia, na verdade nem tão nova, mas que deve “pegar” pois está para ser adotada pela maior livraria virtual do mundo, a Amazon: uma espécie de aluguel de música. O sujeito paga uma assinatura mensal ou anual bem baratinha e vai ter um caminhão de músicas à disposição. Mais uma revolução digital derrubando preços.

Publicado na Tribuna Feirense em 24/02/06

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